Foto: Stephani Loppnow
A gravidez é um período de transformação na vida da mulher, não só física como também psicológica e social. Porém, estatísticas comprovam que 28% das gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Itajaí estão na fase da adolescência, segundo a Secretaria de Saúde do município. No ano de 2009, de um total de 863 gestantes, 242 possuem entre dez e dezenove anos.
De acordo com a vice-prefeita e secretária da saúde Dalva Maria Anastácio Rhenius, a maior incidência ocorre entre as adolescentes de baixa renda. Além disso, há um acompanhamento médico de rotina e toda uma orientação às mães durante e após o parto. “Orienta-se para que não se repitam os casos, ou ainda para se evitar o aborto. Essa assistência contribui para a queda do índice de mortalidade”.
A vice-prefeita de Itajaí destaca ainda a importância dos programas de conscientização nas escolas ou através de palestras para que se acabe com tabus e preconceitos. “Deve-se oferecer um serviço de qualidade, com pessoas especializadas e estabelecer um planejamento familiar para acabar com esse histórico”.
Segundo o ginecologista e obstetra Delmo Dumke, os riscos da gravidez dependem de cada caso e uma menina de 12 anos, por exemplo, corre mais riscos por não ter seu corpo completamente formado. “Entretanto, o conceito do pré-natal é o mesmo para qualquer idade e os cuidados são os mesmos. A diferença é que as adolescentes sofrem mais com o psicológico. Ficam mais ansiosas pela falta de preparo e preocupação com o futuro e inseguras em relação ao abandono do namorado ou desapoio da família”, afirma o obstetra.
É o caso de Fernanda da Silva, 16, que engravidou aos 15 anos e afirma ter sua vida alterada por completo, já que saiu da escola e da casa da mãe para casar. “Acho que fiquei um pouco mais séria, porque criar um filho é muita responsabilidade. A minha mãe vivia dizendo que não era como brincar de boneca. Não é mesmo, mas eu continuo sendo a mesma pessoa”.
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